21 de fevereiro de 2016

A Garota no Trem

21 de fevereiro de 2016

Resenha A Garota no Trem



Título: A garota no trem
Título Original: The girl on the train
Autora: Paula Hawkins
Editora: Galera Record
Nº de Páginas: 378


Um dos maiores fenômenos editoriais dos últimos tempos, o thriller psicológico The Girl on the train, de Paula Hawkins, surpreendeu até mesmo seus editores e a própria autora, nascida e criada no Zimbábue, que vive em Londres desde os 17 anos: em menos de um mês, o livro – que vem sendo comparado pela crítica a uma mistura de Garota exemplar e Janela indiscreta – ultrapassou a impressionante marca de 500 mil exemplares vendidos e alcançou o primeiro lugar nas listas de mais vendidos em todos os países em que foi publicado (Reino Unido, Irlanda, EUA e Canadá) desde seu lançamento em janeiro. A trama, que gira em torno do desaparecimento de uma jovem mulher, com três narradoras femininas duvidosas, conquistou fãs como o mestre do mistério Stephen King, que publicou em sua conta do Twitter que o “excelente suspense” o manteve acordado a noite inteira: “a narradora alcoólatra é mortalmente perfeita”. 


O livro segue uma linha de recentes sucessos literários de uma nova geração de autoras que vem redefinindo as convenções do gênero policial, com personagens femininos complexos que fogem do estereótipo de vítimas ou megeras, e tramas que criam suspense a partir de evoluções psicológicas sutis e dinâmicas ardilosas do casamento e relacionamentos. Com os direitos vendidos para 37 países e uma adaptação para o cinema em andamento pela Dreamworks, o romance será publicado no Brasil pela Editora Record em junho, com o título A garota no trem.





A Garota no Trem conta a história Rachel, que vai e vem todos os dias, no mesmo trem e quase sempre no mesmo vagão, encostada à janela - observando toda a paisagem, as casas, detalhes que ninguém veria, e em um ponto da viagem, a rua e casa onde morava , além de os novos vizinhos dali.
Rachel especula histórias, nomes, vidas que não são reais, mas é o que ela imagina ser - Isso fica claro logo no capítulo 2. Onde até então a personagem do trem acreditava ser uma Jess feliz, é uma Megan sem realizações e totalmente dependente. 
Em uma dessas viagens, Rachel descobre que Jass está traindo o tão respeitável, apaixonado e amável marido. Ela sente ódio, porque ele não merecia aquilo, ela não quer aquela dor pra ele. Já sentiu aquilo antes, com Tom e Anna. Se Rachel visse Jess agora, ela arrancaria seus olhos fora, simplesmente pelo fato dela ter feito aquilo, o que o coração mandava, um grande erro. 


As  primeiras páginas do livro são completamente "encheção de linguiça", as
páginas mais desnecessárias que li na minha vida até hoje, maior perda de tempo. Personagem sem personalidade própria, não vive para si mesma - não vive, apenas sobrevive -, não deixa nada transparecer, a não ser como cuida da vida dos outros mais do que a própria. Quando ela deveria estar resolvendo seus problemas, está apenas observando os outros, suas vidas perfeitas, vidas que ela queria ter, mas nao toma uma atitude para isso. 
Ao contrário do primeiro capitulo, o segundo vem e parece que para melhorar as coisas , uma narrativa um tanto mais diferenciada - por ser outra personagem narrando -, com uma história "mais emocionante" e instigante - mas não tanto!.

É meio doentio a pessoa trair e ainda dizer que precisa do outro logo depois. E é exatamente assim que acontece com essa tal personagem. Obviamente todos tem seus motivos, mas há horas que eu analiso os dela, e é totalmente sem sentido - quase como o decorrer da história.

Em um dos capítulos, depois que Megan - ou Jess - desaparece, Rachel pensa em cinco possibilidades para explicar o desaparecimento da mulher, e é aí que tudo fica mais estranho. Porque a partir destas cinco possibilidades, a autora começa a atirar para todos os lados, relatando fatos que podem incriminar todos que rodeiam a história. Esquecendo-se porém de que, em livros de mistério - ou na maioria delas - nada é o que parece, e se você atira para todos os lados, mas deixa um dos personagens sem culpa, evidentemente no final vai haver uma reviravolta que vai provar que aquele é o culpado. E foi o que aconteceu com o tal personagem culpado - que não vou dar esse spoiler, apesar de querer muito.
Depois de fazer essa lista, Rachel conta que aquilo não é algo usual por ali, que sente dor na cabeça e que se lembra de uma discussão. Claramente ela estava naquele lugar na noite do desaparecimento, muitas coisas ficam clara durante a narrativa que deveria ser bem misteriosa, mas que acaba mostrando o culpado sempre, mesmo que de forma indireta. 

Eu realmente não sei o que dizer sobre o que eu estava esperando do livro. Na verdade, eu poderia estar esperando qualquer coisa, menos isso. Eu tinha expectativas excessivas, as mais altas possíveis. Todos os Quotes que havia visto na internet, o quanto admirei aquela capa nas livrarias... Tudo foi por água a baixo nas primeiras páginas - um livro precisa prender o leitor logo no inicio, em A garota no trem isso só acontece do meio para frente e de forma leve. Pense comigo, que leitor vai odiar as primeiras páginas e ainda continuar a leitura? Claro que o leitor vai abandonar na hora. Eu certamente abandonaria. Não sei o que estava esperando, mas foi totalmente o contrario disso. 
Não sei se foi a tradução, ou se a autora realmente não sabe escrever, mas o tanto de pontos desnecessários, repetições que não deveriam estar ali... que encontrei.... Eu reescreveria o livro se necessário, apenas para mostrar como a história sem aquilo seria muito melhor. 
 Apesar das cenas serem de certa forma "bem pensadas" não despertam tanta vontade de leitura, tanta ansiedade, necessidade de continuar lendo, de saber o final. 
Estou bem decepcionada com o livro, não é tudo isso o que dizem ser e infelizmente a capa engana bastante. Ela é bonita e sim, tem haver com a história que se conta, mas só... 


No início a personagem principal é totalmente descontrolada (bebida não é desculpa, entendam isso). A outra trai o marido simplesmente por ser frustrada com a vida, com a morte do irmão, a morte da filha... Faz isso várias vezes, na cara de pau e ainda tem coragem de iludi-lo e às vezes se iludir também. É doentia.
A outra, além de descontrolada -  (tudo bem que bebe, e por um motivo até que plausível) mas de qualquer forma, isso não muda nada -  é totalmente incapaz de viver por si própria. No cenário que a autora criou, conseguiria desenvolver a história da mesma maneira se soubesse trabalhar com a personagem - ela não precisaria fingir estar trabalhando, não precisaria olhar todo santo dia apenas para duas casas. São linhas de raciocínio totalmente ilógicas e irreais. 
Outra coisa, onde que uma pessoa é demitida e durante mais de três meses engana a
pessoa com quem mora? Tudo bem que a tal Rachel saia todos os dias e voltava no mesmo horário de sempre, mas se tratando de uma pessoa alcoólatra, a Cathy - amiga que mora com ela - deveria desconfiar mais. E esse dinheiro guardado que não acaba nunca? Mais de três meses pagando aluguel, comprando bebida, pagando passagens , comprando jornais, saindo com as pessoas...Que dinheiro infinito é esse? Não tem lógica alguma, a menos que as coisas em Londres seja a 5 centavos.
Ficção não precisa ter muita coisa perto da realidade, mas todos sabemos que para um livro aproximar-se ao máximo do leitor, tem que ter uma realidade com que se identifique... 

Onde que uma pessoa que você nunca viu na vida, está segurando um iPad no metrô, você se joga encima dela pra ler as notícias e ela simplesmente se compadece e te dá o iPad pra que leia a notícia que está ali ? E se você for um ladrão? E se correr com o iPad, roubando-o? Que história absurda, pouca realidade, o que me indignou muito.
Sou uma leitora de mente aberta, mas esse livro não pode ser considerado nem "bom". No máximo "regular" na verdade. Poucas coisas se salvam ali. Poucas. Muito poucas.
Em diversos momentos da leitura eu quis parar, inclusive na primeira página e na segunda, terceira e até quarta.
Mas decidi continuar por dois motivos: 
1) É um saco parar um livro no começo (isso só aconteceu uma vez comigo), é triste, porque todos eles merecem a chance, merecem ser lidos até o final. E para julgar, precisa ler ele por completo. É aí que o segundo ponto entra.
 2) Além de achar que deveria ler para julga-lo sabendo do que estou falando, foi um livro que eu aguardei muito para ler, era um dos meus mais desejados. E por isso aproveitei o #desafioalfabetoliterario para elimina-lo da minha lista de livros para ler. E para fazer uma resenha para vocês - eu juro que queria e imaginei que fosse ser uma resenha positiva. Mas infelizmente A Garota no Trem é a primeira resenha negativa que faço aqui no blog.
Esse livro nem deveria virar filme, provavelmente virará por ter "mistério" e ser algo diferente do que se encontra por aí... Bom, mas vamos ver se o roteiro do filme me convence de que ele é "bom"- ao contrário do livro.
Apesar de todos esses pontos, consegui separar alguns quotes do livro e digo que ele começa a ficar "melhorzinho" do meio para a frente.

Não indico a leitura, de certa forma é uma perda de tempo, até mesmo para quem gosta de mistério...

Beijos,





2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Oi Teh,
    Mesmo com sua resenha negativa, eu ainda quero muito ler o livro, rs. É aquilo, né? vai do gosto do leitor.
    Concordo que o gosto pelo livro, vem muito da realidade do leitor, talvez a temática não esteja perto da sua, mas de outras.
    Enfim, vou dar uma chance de repente faço uma leitura diferente da sua.
    E sobre a resenha negativa, acho que devemos sempre ser sinceros, e fazer como você fez basear essa crítica em fatos que não nos convenceram.
    Gostei muito.
    Obrigada por participar do Desafio Alfabeto Literário

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